O silêncio do PT
Marco Wense
Confesso que a intenção da modesta coluna era deixar um pouco de lado a batida tecla de que o PMDB de Geddel é adversário do PT de Jaques Wagner.
Pelo andar da carruagem, o partido do saudoso Ulisses Guimarães caminha a passos largos para ser o inimigo político número 1 do PT, deixando o DEM do ex-governador Paulo Souto tomando poeira.
Já comentei aqui, duas, três ou quatro vezes, usando o título “PT versus PMDB”, que a primeira briga entre petistas e peemedebistas se daria em torno do processo sucessório municipal, com todos de olho na eleição de 2010.
Os fatos, no entanto, me levam para mais um comentário, mesmo sabendo que não há nada de novo nessa acirrada disputa entre PT e PMDB, onde tudo, pelo menos nos bastidores, é recíproco: tapeação, mentira, cinismo, hipocrisia, enganação e o faz de conta.
Mais cedo ou mais tarde, o PT vai ter que tomar um posicionamento mais duro em relação aos ultimatos do PMDB, principalmente no que diz respeito à reeleição do prefeito de Salvador, o neo-geddelista João Henrique.
O ministro Geddel Vieira Lima comparou a aliança do PMDB com o PT, envolvendo aí o governador Jaques Wagner, como um casamento. Disse, sem pestanejar, que “quando não há lealdade, o casamento termina. E o fim de um casamento custa caro”.
Esse “custa caro” do ministro da Integração Nacional parece que amedronta o PT e, como conseqüência, deixa o partido em posição de fragilidade, acuado, jogando a toalha antes mesmo de começar a luta.
E tem mais: Geddel já mandou avisar ao governador que vai conversar com o DEM se a aliança informal entre Wagner e o PSDB, em torno da pré-candidatura de Imbassahy ao Palácio Thomé de Souza, continuar.
Em decorrência do silêncio dos petistas frente aos ultimatos do PMDB, passando a impressão de que o PT tem medo do ministro Geddel, já falam até na existência de uma nova facção: o PT do G. Ou seja, o Partido dos Trabalhadores de Geddel.
Como não bastassem as declarações ameaçadoras do ministro, a esposa do prefeito João Henrique, deputada estadual Maria Luiza, sobe na tribuna e pede para que parlamentares da oposição façam críticas ao governo e ao governador Jaques Wagner.
O silêncio do PT não pode durar muito, sob pena de colar no partido a negativa e péssima imagem de agremiação partidária frouxa, subserviente ao cada vez mais forte geddelismo.
O PT é o partido do presidente da República e do governador da Bahia. Essa posição de coadjuvante da sucessão municipal é lamentável.
Não se faz mais PT como antigamente.
Coisas da política
Antigamente, em um passado não muito distante, o então governador do estado de São Paulo, Orestes Quércia, era o representante-mor do toma-lá-dá-cá.
Criaram até o “Disque Quércia” para que as pessoas denunciassem o que de errado acontecia no governo estadual.
Agora, o PT, PSDB e o DEM querem o ex-governador como candidato a vice-prefeito na chapa majoritária. Petistas, tucanos e democratas são quercistas desde criancinhas.
O “Rei Quércia” está com a bola toda. (MW)
Um comentário:
Não da pra saber se o autor ta indignado mesmo com o PT, ou se ta levantando a bola pra o ex-prefeito bater.
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