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Analistas e Pesquisas dizem que Lula reforçou sua imagem
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu de maneira firme e convincente todas as perguntas, reforçou seu lado combativo e trouxe elementos novos e satisfatórios sobre alguns episódios da crise política do ano passado. Os entrevistadores demonstraram agressividade, fixação em temas já superados e falta de interesse por assuntos do dia-a-dia da população. Estas são as principais conclusões de estudos qualitativos realizados junto a grupo de eleitores indecisos, e que apóiam Lula, sobre a entrevista ao Jornal Nacional desta quinta-feira (10).
Já na opinião de analistas que acompanham, desde o ano passado, a evolução de imagem do presidente, a entrevista feita por Fátima Bernardes e William Bonner repetiu, positivamente para Lula, o efeito da entrevista dada por ele a Pedro Bial, no Fantástico, em janeiro deste ano. A agressividade dos apresentadores, em ambas situações, não apenas permitiu que Lula mostrasse vigor e coerência em suas respostas, como reforçou, em amplos setores da população, a idéia de que há uma campanha sistemática contra o presidente.
Segundo estes analistas, uma das situações mais favoráveis para Lula é quando setores populares que o apóiam interpretam que há algum tipo de perseguição ou ação organizada contra o presidente. Como há uma profunda identidade entre estas pessoas e Lula, elas se sentem pessoalmente atingidas e injustiçadas, explicam os analistas.
Apesar da imagem forte, e até certo ponto agressiva do presidente, um dos momentos de maior reforço desta identidade é quando as pessoas vêem Lula como vítima. A crise política do ano passado fez, inclusive, com que elas criassem, de forma espontânea, um escudo de auto-defesa: a percepção, fortemente entranhada, de que Lula está sendo perseguido porque é um “presidente filho do povo”.
Segundo os analistas, a entrevista de Pedro Bial, que na época foi interpretada de maneira equivocada por parte da impr ensa, funcionou como uma espécie de catarse, fortemente favo! rável a Lula. O tom agressivo da entrevista não apenas permitiu que Lula falasse pela primeira vez de “peito aberto” sobre as denúncias, como passasse esta imagem de vítima.
De forma tardia, a entrevista do Jornal Nacional teve função idêntica para os eleitores de Lula. Os eleitores da classe C e D – onde reside o maior núcleo de apoio ao presidente – não apenas estranharam que os entrevistadores gastassem todo o tema com “temas passados”, como se surpreenderam com alguns dos contra-ataques que eles desferiram contra o presidente.
Eles manifestaram forte incômodo também com o fato de William Bonner ter se referido sempre a Lula como “candidato” e jamais como “presidente”. Segundo eles, isto teria sido uma “falta de respeito” ao presidente e a demonstração de uma suposta má vontade do entrevistador com Lula.
Na opinião dos analistas, a entrevista do JN, apesar de ter ocorrido em um dia de baixa audiência, trará resultados bastante positivos para a candidatura Lula, em especial junto ao eleitorado que ele já conquistou.
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