04 março 2007

Fogo cruzado

JORNAL A REGIÃO

Câmara escolhe "agência" sem estrutura
numa licitação que é, no mínimo, suspeita de direcionamento para beneficiar um radialista, seu programa e um jornal que tem ligações com o presidente da Casa, Alisson Mendonça.

É a única explicação, exceto incompetência, para que um órgão como a Câmara de Ilhéus tenha escolhido uma empresa sem tradição no mercado, que nunca foi conhecida como agência de publicidade e que sequer tem certificado Cemp.

O edital dizia que a escolha se daria pela combinação de menor preço, qualidade técnica e projeto. Cinco empresas retiraram o edital, mas só duas entregaram propostas, a M21, conceituada no mercado e premiada, e o radialista Vilanova.

Só o fato de Vilanova não possuir estrutura de agência já deveria ser suficiente para que não fosse permitida sua participação, sem entrar no mérito de sua capacidade.

O orçamento da Câmara para publicidade foi, até o ano passado, de mais de R$ 220 mil, o que dá uns R$ 20 mil por mês, verba que não pode ser gerida por uma empresa que não tenha profissionais de criação, marketing, atendimento, midia e produção.

Vilanova não tem esta estrutura. A não ser que ele crie, produza, faça o plano de midia, etc. sozinho, é provável que subcontrate outra empresa para isso, acabando com os conceitos básicos de uma concorrência como esta.

Outro problema é que Vilanova, sendo radialista e recebedor de verbas diretas, jamais poderia ser a agência da Câmara, pois isso, além de moralmente questionável, pode gerar problemas na aprovação das contas junto ao TCM.

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