Sua Excelência, o Marketing Político
Gerson Menezes
publixcriativo@hotmail.com
Há quem o classifique como o maior dos embustes. Outros, como tábua de salvação. Não vejo razões concretas nos que acham nele um dos maiores males da democracia, capaz até de mudar completamente a vontade popular expressa através do voto. Ou, como técnica capaz de “vender até sabonete de extrato de gambá”. Juro que se acreditasse que o marketing seria capaz de realizar milagres seria eu candidato a prefeito de Itabuna. Mas, como não acredito que milagres acontecem, mesmo sem merecimento, fico só na vontade.
Advindo do marketing de produtos, o marketing político, ou marketing de imagem, como muitos preferem denominá-lo, usa as mesmas ferramentas. Em nenhuma situação, o marketing pode ser visto como instrumento capaz de transformar defeitos em virtudes, ou de criar uma “embalagem” que seja suficientemente atrativa, para esconder um mau produto.
Conhecer os desejos do público alvo é, antes de tudo, imprescindível. No caso específico do marketing político, conhecer os desejos dos eleitores e construir o discurso coerente do candidato. Por sua vez, o candidato precisará desenvolver projetos que atendam os desejos dos eleitores e com eles se apresentar coerentemente, utilizando-se, ai sim; dos recursos do marketing.
Criou-se o estigma de que o marketing viria a ser um dos maiores males da democracia, por ser capaz de alterar a consciência do povo. Por outro lado, estimulada até por muitos “marketeiros”, criou-se a panacéia, o “tudo pode”. Não vejo razões concretas em uma ou em noutra. Vejo, sim, o marketing político como uma vitrina que, se usada corretamente, pode vir a dar realce as idéias, discursos e projetos do candidato. Como também poderá, na mesma vitrina, destacar os seus defeitos.
O “produto candidato”, ressalte-se, precisa concordar com emprego das técnicas do marketing no seu projeto político. Sabendo, de antemão, que a sua equipe de marketing, como em um passe de mágica, possa o transformar de “um sabonete de extrato de gambá” no mais fino sabonete de aroma francês.
Mudo de opinião no dia em que vier a assistir a uma estratégia de marketing suficientemente competente, que seja capaz de dar “sabor” ao discurso insosso de Renato Costa. Ou, que aproxime literalmente a imagem do saber do “Doutor Ubaldo Dantas”, traduzindo-a o mais próximo possível da imagem popular. Mas, como não acredito em milagres, mesmo desconfiando que por vezes acontecem, mantenho os meus pontos de vista.
Gerson Menezes é publicitário
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