PF diz que Gautama corrompeu delegado

Patury foi delegado

da PF em Ilhéus

Aberta para investigar agentes da Polícia Federal, a Operação Navalha detonou um forme esquema de desvios de recursos públicos, liderado pelo dono da Construtora Gautama, Zuleido Veras. Além desbaratar a quadrilha que envolve políticos nordestinos, a 'Navalha' chegou a delegados e agentes da Polícia Federal que eram corrompidos pelo esquema da Gautama.

Entre os nomes está o delegado licenciado Rubem Paulo de Carvalho Patury Filho. Membros da PF vazaram informações do serviço de contra-inteligência e outros se safaram, mas Rubem Patury foi flagrado nas investigações conduzidas pelos delegados Andrea Tsuruta e Antônio de Pádua Cavalcanti.

Apesar do vazamento de informações do serviço de contra-inteligência, o relatório diz que "foi possível, no entanto, manter-se a investigação com relação ao empresário ZULEIDO SOARES DE VERAS, o qual, por intermédio de JOEL DE ALMEIDA e FRANCISCO CATELINO, corrompeu o então Superintendente Regional em Sergipe, DPF RUBEM PATURY FILHO".

Patury e os demais colegas, dentre eles Paulo Bezerra, são acusados de envolvimento em esquema de contrabando e corrupção patrocinados pelo dono da Gautama. Eles teriam cometido crimes como corrupção passiva, violação de sigilo funcional e prevaricação para ajudar o esquema de Zuleido, de acordo com o relatório.

Patury ficou em Sergipe até meados do ano passado, quando afastou-se do cargo para concorrer a deputado estadual pelo PSB de Tocantins, estado de onde também foi superintendente regional. Hoje, ele está ocupando o cargo de procurador-geral do município de Ilhéus.

As investigações não são conclusivas, falam em indícios contra Patury e os demais. Mas o documento cita que “como era de se esperar, a notícia da existência de uma investigação foi difundida a outros investigados, como Rubem Patury e Paulo Bezerra, fazendo com que os mesmos ficassem em alerta”.