Anticristo ou Bom Ladrão?
Desconheço na história política recente de Ilhéus um governante que tenha sido mais acusado e ameaçado de perder o mandato que o prefeito Valderico Reis. Pelas minhas contas, foram tantas as ameaças feitas pela Câmara de Vereadores que deve se igualar ao número de troca de secretários do atual governo.
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Tantas foram as acusações de malversação do dinheiro público, desobediência as leis e suspeitas outras que já ninguém mesmo sabe qual é a acusação da vez. Tantas e tão diversas foram as acusações, e, por nenhuma ter chegado a bom termo, que dá até para se supor duas coisas: ou Valderico está sendo chantageado politicamente ou é o anticristo da política ilheense. Mal assessorado já se sabe que o prefeito vem sendo.
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O que não é plausível entender e aceitar é que ninguém, ou ele mesmo, não saiba ainda “lidar” politicamente com os vereadores, após três anos de mandato. O que sinto é que Ilhéus nunca sofreu tamanha desmoralização, causada pelos seus homens públicos.
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A Câmara de Vereadores de Ilhéus, que já abrigou figuras das mais ilustres da vida política daquela cidade, hoje, vive perdida, envolta em sucessivos escândalos e sendo palco de lutas em busca do poder pessoal, que nada tem a ver com os destinos da população. Já não se distingue o que poderia vir a ser a bancada do governo e de oposição, coisa própria em qualquer democracia. O que se vê, é hora todos contra ou a favor do governo - um verdadeiro samba-do-crioulo-doido.
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O afastamento pelo prazo de 90 (noventa) dias, imposto pela Câmara ao prefeito Valderico Reis, para que sejam apuradas as denúncias, não me parece ser a medida mais eficaz, diante dos fatos arguidos. Salvo engano, o único fato novo, além das denúncias que já foram objeto de investigações anteriores, é o prefeito ter contigenciado parte do duodécimo do mês abril, que a Câmara tem direito legal.
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A essa altura do campeonato, já que o futebol baiano já terminou, e o Colo-Colo, time ilheense campeão do ano passado, não se saiu bem, o povo de Ilhéus deve ficar atento para descobrir o que existe de mentira e verdade nesse imbróglio. E, afinal, descobrir se Valderico é o “bom ladrão” sendo crucificado ou se está sendo apenas uma vítima da traição de vários Judas.
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Gerson Menezes é publicitário
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