Gasparetto comenta eleição na Uesc
Eleição para reitor da Uesc
Hoje, último dia de campanha (dia 23). No começo da manhã, apenas a chapa Joaquim e Adélia panfletavam, distribuíam o jornal APOIOS
Sobre os apoios, quatro páginas, com depoimentos e fotos. Nem todos os apoiadores votam, figurando entre esses ex-professores, reitores ou ex de outras universidades, políticos, como Geraldo Simões, Davidson Magalhães, professor da Uesc licenciado, e deputada Alice Portugal.
Esse recurso, apoios, revela a um só tempo força e fraqueza. Força, porque nomes com expressão influem e induzem votos (Em alguns casos, porém, também tiram). Fraqueza, porque por mais depoimentos e fotos caibam em quatro páginas de jornal, a grande maioria fica de fora. É um pouco, fazendo uma analogia com a política que se faz na rua, com a estratégia de colar cartazes de uma candidatura a prefeito. Por mais casas com cartazes um candidato consegue, alguém sempre vai dizer: há mais casas sem cartazes! E quando, por intimidação, um prefeito consegue colar cartazes na maioria das casas, não é incomum acontecer que o que está no lado de fora não coincidir com o que vai pelo lado de dentro. São as sutilezas da política.
Hoje, a ausência das outras chapas panfletando, quebrando a monotonia das camisas, aumenta o sentimento de que esta eleição é atípica, além de estranhamente apática, como se estivesse escondendo alguma surpresa, ou seria apenas diferenças de estratégias. A propósito, o voto do funcionário, mais de três vezes mais valioso do que o do professor, será buscado obstinadamente pelas três candidaturas. Serão, por razões de diplomacia e mecanismo de preservação, ditos mais “sim” do votos nas urnas. Portanto, entre amanhã, sábado, e o dia da eleição, a campanha continuará por outros meios. Muita conversa ainda vai rolar antes do voto ser confirmado na urna.
Um comentário:
Apesar da diversidade de candidaturas, as eleições que definirão quem será o professor que irá, durante os próximos 4 anos, administrar e representar a UESC, está pobre de alternativas. De um lado o prof. Valter Silva que, no debate entre os candidatos, demonstrou uma falta total de conhecimento sobre a universidade e o seu papel, expondo-se ao ridículo com suas "propostas". Não consigo imaginar qual a vantagem para a universidade de colocar em um mesmo edíficio pesquisas de áreas do conhecimento com características totalmente diferentes. Não imagino como a via de mão-dupla com a sociedade, característica fundamental da Extensão, seria tão bem acomodada em um suntuoso prédio no campus, sem contar as características diferenciadas que assumem os projetos em áreas diversas. A aquisição e manutenção de uma "cafua" para os pesquisadores em Salvador só precisou ser complementada com a confecção de vários pires padronizados com o emblema da UESC. Diante do manifesto despreparo do mesmo para assumir um cargo de tamanha importância, só posso imaginar que esteja simplesmente tentando divulgar sua campanha de vereador. Se for isso, são as regras da democracia. Se não, me parece uma total falta de compromisso e demonstração de irresponsabilidade com essa instituição que tanto contribui e tem muito mais para contribuir com o povo da nossa região. De outro lado a professora Lourice, com alguma experiência administrativa, mas de resultados duvidosos. Suas quase duas décadas à frente do curso de Direito, com ela no comando ou algum de seus aliados, deixaram uma marca de nepotismo, autoritarismo e decadência da excelência acadêmica decorrente dos fatores anteriores. O elitismo da candidata, demonstrado pelo desconhecimento da temática da Assistência Estudantil totalmente ignorada em seu programa, parecia ser contraditada pelo fato da proposta de Reserva de Vagas para estudantes de escola pública ter sido aprovada durante a gestão Joaquim, da qual ela era Vice, com ela na presidência do CONSEPE. No entanto, como o presidente do conselho não vota, perdeu-se a oportunidade de saber se ela realmente apoiava o projeto ou se está entre os que tentam preservar a "louriçe" da universidade. A única alternativa digna de avaliação sobre as condições de ser o Reitor da UESC nessas eleições, na minha humilde opinião, é o prof. Joaquim. Não só pelo crescimento da UESC nas mais variadas áreas nos último quatro anos, mas, principalmente pelos avanços democráticos conquistados no período. Paridade nas eleições, Reserva de Vagas com Cotas Étnicas, diálogo com os movimentos sociais e entidades representativas da comunidade acadêmica, e demonstração de capacidade administrativa, me surpreenderam positivamente. Apoio o prof. Joaquim com orgulho.
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