27 novembro 2007

Assessor de Geraldo responde sobre pesquisa

Caros amigos:

Anexo ponderações que enviei ao jornalista Raul Monteiro, do blog POLÍTICA LIVRE, que publicou matéria sobre recente pesquisa realizada em Itabuna, acerca da sucessão municipal. Avaliem se as ponderações não cabem para publicação no seu blog, já que o PIMENTA NA MUQUECA também trouxe matéria semelhante, acerca dos mesmos pontos da mencionada pesquisa (clique aqui para ler a nota com os números da pesquisa).

Com admiração. Um abraço.

Caro Raul:

Você não me conhece pessoalmente, porque, com quantidade de leitores que têm seu blog e a coluna que você escreve na Tribuna da Bahia, seria impossível conhecer todos os seus leitores. Mas, como acompanho seu trabalho, digo que estou surpreso com a nota publicada em Política Livre sobre uma pesquisa feita em Itabuna.

Sei que você está fazendo o seu trabalho. Entretanto, como sei da qualidade da sua análise, sou obrigado a considerar, respeitosamente, o modo como você trata o assunto, respeitosamente, um tanto quanto direcionado.
Senão, vejamos.

1. Ao considerar um hipotético e mais que improvável confronto direto entre Capitão Fábio e Geraldo Simões o pesquisador comete um equívoco, considerando que Itabuna não tem eleição em dois turnos;

2. Geraldo Simões já foi candidato outras vezes, em um cenário em que Fernando Gomes era o adversário, tendo as eleições sido definidas por pequena margem de votos;

3. A partir daí, criou-se em Itabuna uma divisão política forte, que coloca Geraldo Simões de um lado e Fernando Gomes do outro, o que gera alta rejeição aos dois nomes, normalmente equivalente à oposição de um grupo ao outro;

4. Há, pelo menos, dez nomes colocados como candidatos. Destes, pelo menos quatro são ligados ao prefeito Fernando Gomes, além do mesmo e do próprio Capitão Fábio;

5. Assim, os números admitem uma leitura mais simples do que pretende a sua nota, pois ao propor a retirada de todos os candidatos para levar a um embate apenas entre os dois mencionados, o pesquisador impôs que, além dos eleitores do próprio Fábio, os eleitores dos candidatos do grupo de Fernando Gomes (historicamente opositor de Geraldo Simões) cravassem - para usar um verbo sugerido por você - a intenção de voto naquele que lhes parecia aliado comum, porquanto adversário de Geraldo.

6. Dir-se-ia que colocaram todos contra um. Exercício de pura imaginação. Ainda assim, com o tal empate técnico, considerando a margem de erro provável (que você não publica qual, valendo imaginar que seja em torno de 3 p.p. para mais ou para menos, o que eleva ou reduz os índices do Capitão Fábio para 46,6% e 40,6%, respectivamente, e os de Geraldo para 42,1% e 36,1%);

7. Ainda que nenhum desses aspectos fosse considerado, você pode analisar o seguinte: a) Geraldo tem significativa vantagem no cenário em que ele e o Capitão Fábio concorrem com outros nomes, fato que não mereceu registro da sua parte; b) a tal vantagem - que você chama de favoritismo - do Capitão Fábio contra Geraldo Simões é menor que a diferença entre os dois no cenário que vou chamar de eleição normal, a favor de Geraldo (30% a 21%);

8. Por fim, acostumado com a leitura de notas bem apuradas no seu blog e na Tribuna da Bahia, não compreendo a ausência de informações básicas (e obrigatórias pela legislação) na divulgação de pesquisas, margem de erro, por exemplo.

Esta minha manifestação não é uma solicitação de qualquer reparo. Nem tenho a pretensão de polemizar com você, que eu admiro. Apenas considero que a forma como essa pesquisa e os números foram tratados por você não foi, digamos, imparcial como você tem sido no geral.

Sucesso sempre!

Abraço,

Giorlando Lima

8 comentários:

Anônimo disse...

Nada como um bom esclarecimento. Esse pessoal estão fazendo muita festa encima desses números, mas como fala o rapaz não tem segundo turno em Itabuna, pra que juntar os votos do povo de Fernando aos votos de Capitao Fabio como se fosse de segundo turno?? Da-le Geraldo, minha pedinha.

ツ Mr Anderson ♪ disse...

CERTÍSSIMO! Kda uma que vemos, maquiar a pesquisa pra ficar como o sujeito gosta, 2 disputas??? que otário! engana até a si próprio fazendo isso... afff.

Anônimo disse...

BRILHANTE... acho que é essa a palavra que sintetiza a forma como posso comentar essa colocação do Sr. Giorlando sobre a pesquisa veiculada no site. Acho que deveria haver mais seriedade na divulgação de pesquisas como está. O que está em jogo é mais que uma disputa entre partidos, mas o destino de uma cidade.

Allah Góes disse...

Discordo do comentario, pois ao meu ver a pesquisa reflete justamete o q sempre ocorre em Itabuna, onde politicamente a cidade tente em se dividir em duas, e isto deverá acontecer em 2008, independente de não mais termos Fernando Gomes.
Em havendo esta natural polarização, aquele q se mostrar como o "anti-Geraldo", deverá contar com o voto da parcela q tradicionalmente vota no "Fernandismo".
A pesquisa mostra q hoje (pois pesquisa é o "retrato do momento"), quem encarna este "anti-Geraldo" é o Capitão.
Mas uma coisa q nem a pesquisa nem os comentarios q surguram dela falam é q grande é a insatisfação acerca de, uma vez mais, Geraldo vir a disputar a Prefeitura.
O q a pesquisa nos mostra é q, seja quem for o candidato q conseguir encarnar a figura do novo e do "anti-Geraldo", este larga na frente e com chances de ser o próximo a comandar a cidade em seu centenario.

Anônimo disse...

Essa avaliação do brilhante assessor do secretário, tem o condão de acender uma luz para o que pode ser a única alternativa para as oposições. A construção de uma aliança de partidos com o intuito de polarizar a eleição, como o proprio Geraldo construiu - e depois traiu todos - contra Fernando em 2000, ganhando as eleições por pequena margem de votos.

Esse é o caminho das pedras, resta saber se o capitão tem eficiencia e coragem pra construir, ou se tem assessoria politica a altura dessa empreitada.

Mas vale alguem dele agradeçer ao operoso assessor do secretário.

Anônimo disse...

Vale considerar que mesmo no cenário principal, onde é apresentado ao eleitor todos os nomes dós pré-candidatos, a vantagem de GS de 11 pp é muito pequena. Temos que levar em consideração que a rejeição a GS é muito alta. E podemos viver uma situação como na eleição de prefeito passada. Quando da "cassação" da candidatura de FG, seus votos migravam para RC. E se no decorrer da campanha acontecer algo parecido? Bay, bay GS.

Anônimo disse...

O povo, sem complicação o GS ta com a taça, opss digo, com a bunda na poltrona da PMI em 2008...

Anônimo disse...

Caros comentaristas.

Quando coloquei "brilhante", me referi a argumentação que foi muito bem construída e elaborada, pois sendo graduado em Letras e especialista em Leitura, Interpretação e Produção de Textos, ler uma boa argumentação me deixa contente. Quanto ao viés político que está tomando a situação em pauta, ou seja, cada um defendendo seu "peixe", quer seja GS, FG ou CF. Pontuo que, como coloquei anteriormente, deve-se ver o que pode ser melhor para Itabuna, o qual tem uma melhor proposta de governo, quem pode tirar Itabuna dessa situação caótica , quem pode atrair mais investimentos para a cidade, melhorar a qualidade de vida da população... Me desculpem, mas não vejo outra pessoa que encarne tantos pré-requisitos com Geraldo Simões. Esse é o cara!