Fernando, por que não te calas?

Gerson Menezes
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Ensina a sabedoria que existe o tempo para falar e o tempo para escutar.

Mas, ao que tudo indica, o prefeito Fernando Gomes, nas suas últimas entrevistas concedidas à imprensa regional, tem preferido ignorar os ensinamentos.

Premido pela quase derrota no seu intuito de transferir para a iniciativa privada o controle dos serviços de água e esgotos de Itabuna, hoje uma concessão da Emasa, Fernando, outrora de personalidade impulsiva, porém, sabidamente prudente quando necessário, tem deitado falação a “torto e a direita”, atiçando e dando discurso aos seus antigos adversários e conquistando novos.

Com um governo por ele mesmo reconhecido ineficaz e envolvido em uma série de graves denúncias, que sabiamente o levaram a uma anunciada desistência de concorrer à reeleição. E, também, ao encerramento da sua longa e vitoriosa carreira política.

Fernando parece ter optado, contrariamente ao que toda a sua vasta experiência ensinou, a retomar os ímpetos do início da sua vida pública, quando a agressividade era a sua principal característica.

Ao afirmar que “... só Deus e minha mãe podem me calar...”, comete a insensatez dos jovens impetuosos que têm a perspectiva de uma longa vida pela frente, que permitirá apagar todos os erros cometidos.

Fernando, como bem poucos políticos, sabe a dureza que é ser um político sem mandato, e bem pior, o de ser um político diretamente afastado do poder político. Deveria, então, ponderar que tudo o que menos irá precisar ao se aposentar da vida pública é de novos adversários e de novas querelas.

Sem cargo público e provavelmente sem fazer o seu sucessor, terá que conviver com a síndrome do “novo rei”, o que o deixará com as “vísceras políticas expostas aos abutres”, sem um mísero espantalho para defendê-lo dos ataques.

Algo deve estar se passando no íntimo do experiente Fernando Gomes Oliveira, que tem feito com que despreze a prudência e opte pela arrogância das palavras. Só espero que não tenha sido levado canhestramente a acreditar que o poder é eterno!

Gerson Menezes é publicitário