CPMF, governo e oposição
Marco Wense
Analisando pelo viés político, diria que o assunto CPMF é cercado por muito cinismo, tapeação, irresponsabilidade, mentira e demagogia.
Aliás, se Geraldo Alckmin (PSDB) estivesse sido eleito presidente da República na eleição passada, as coisas estariam invertidas: os tucanos defendendo o “imposto do cheque” e os petistas querendo exterminá-lo.
O jogo é meramente político-partidário-eleitoral. A preocupação pela saúde do povo é apenas um subterfúgio para esconder a luta pelo poder, onde predomina o vale-tudo e a máxima de que o fim justifica os meios.
A oposição, comandada pelo PSDB e o DEM (ex-PFL), sabe que não pode entregar R$ 40 bilhões para o governo em pleno período pré-eleitoral. É bom lembrar que a CPMF foi criada no então governo Fernando Henrique Cardoso, sem dúvida o tucano das plumagens mais coloridas e exóticas do tucanato.
A verdade é que ninguém, ninguém mesmo, gosta de pagar imposto. Mas quando há uma contraprestação, o cidadão-contribuinte é o primeiro a defendê-lo, até mesmo de maneira entusiasmada.
Os senhores congressistas das duas Casas Legislativas têm auxílio-moradia, disso e daquilo. O povo também precisa do seu “auxílio-saúde” via CPMF.
Uma coisa é certa: se não houvesse tanta corrupção, tanto desperdício com o dinheiro público, tanta safadeza, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira não existiria.
CPMF 100% para a saúde, sim. CPMF para a politicagem, não.
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