12 dezembro 2007

A imagem distorcida

Gerson Menezes
publixcriativo@hotmail.com

A pouco menos de um ano do pleito eleitoral que irá escolher prefeitos e vereadores em todos os municípios brasileiros, qual a real importância das pesquisas quantitativas (que aferem as intenções de votos) no quadro das disputas? Quem verdadeiramente acredita que, a essa distância do pleito, já exista definição ou mesmo tendência que não possa se modificar?

Natural é que nomes conhecidos do público, por terem concorrido a outros pleitos tendo sido eleitos ou não, despontem na dianteira, sem que isso signifique uma intenção do eleitorado em definitivo.

Nenhuma estratégia de marketing político séria toma os números absolutos revelados na pesquisa como uma tendência natural e imutável. E quem assim agir, corre o risco de levar a campanha para um caminho sem volta, ou do já ganhou, ou do não tem jeito.

Mais importante que as pesquisas quantitativas, neste momento, são as pesquisas qualitativas. Através delas podemos aferir os anseios e as expectativas dos eleitores. Importante também é que se faça uma correta leitura dos dados aferidos e do cruzamento entre eles.

No caso específico das pré-candidaturas existentes em Itabuna com vistas às eleições do próximo ano, as especulações sobre a existência de pesquisas confirmam o que temos afirmado. A última, realizada no mês passado, segundo especulações sob encomenda do PMDB, aponta para os nomes do ex-prefeito Geraldo Simões e do deputado estadual Capitão Fábio, como líderes da disputa.

Eles se revezariam na liderança conforme a formulação em que são colocados, seguidos bem ao longe por outros postulantes, cujos nomes não são conhecidos politicamente pelo eleitorado itabunenses.

Existem, porém, alguns dados que nos chamaram a atenção. Dizem sobremaneira à rejeição aos nomes de Geraldo Simões e do atual prefeito Fernando Gomes, este último beirando os 63%.

Numa correta leitura, significa que o eleitorado itabunense, na sua maioria, quer uma mudança radical da forma de governar, representada por esses dois nomes, que se sucedem no poder há mais de vinte anos.

Este quadro abriria um grande espaço para o surgimento de um nome novo, sem qualquer vínculo, presente ou passado com esses dois nomes políticos.

Destaca-se nesse dado que, mesmo quando o nome do prefeito Fernando Gomes é retirado da disputa, a rejeição ao nome do ex-prefeito Geraldo Simões atinge a casa dos 52%, o que confirma a existência, no momento, do sentimento de mudança.

No jargão político, é comum se dizer, há um tempo tão distante das eleições que “muita água ainda irá passar por baixo da ponte”.

Gerson Menezes é publicitário

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