Como Muhammad Ali
“Acho a Marta extraterrestre, mas no meu time eu queria mesmo é ter uma Daniela", disse um dos maiores especialistas em futebol feminino do mundo, Kenneth Heiner-Moller, treinador da Dinamarca.
"Para mim não há equipe igual no mundo hoje. Podem perder ou ganhar o título aqui na China, mas deixaram uma marca: é a seleção que melhor jogou futebol na história do futebol feminino", afirmou a técnica vice-campeã do mundo, a sueca Marika Domanski-Lyfors, hoje treinadora da China.
Para Greg Ryan, polêmico treinador norte-americano, "elas dançam. São leves e mortais! E como jogar contra um time que tem o veneno de um escorpião e a graça de um beija-flor”. É uma referência a uma frase famosa do ex-campeão mundial de boxe Muhammad Ali, que definia assim o seu estilo.
Ryan acrescenta: “Como se sabe, é muito difícil agarrar um beija-flor com uma rede.. Elas entram em campo com toda a vontade que pode existir. E ganham exatamente por isso os seus jogos. Elas têm a vontade tática e a vontade física. Elas têm a vontade emocional. A vontade psicológica e a vontade de ser o que elas são: humildes, alegres quando necessário e sérias na hora certa.”
Basta adicionar o talento, a técnica refinada e eis o resultado: a seleção brasileira feminina de futebol, que decide neste domingo, contra a Alemanha, em Xangai, a Copa do Mundo. O time conquista corações, apaixona multidões e faz o mais difícil: por mais incrível que pareça, cativa frustrados torcedores brasileiros,desiludidos com as manhas, fofocas e tensões da seleção brasileira masculina de futebol.
Mas a potência feminina da bola brasileira não se limita a isso: consegue transformar adversárias em amigas, inimigos em torcedores. Senão, como explicar os 53 mil torcedores chineses, que, em vez de estar em frente à tela da TV seguindo a sua seleção numa partida decisiva de classificação para as quartas-de-final, foram a campo aplaudir o Brasil?
Não há até aqui um pingo de opinião. Os Estados Unidos, pulverizados por Marta, Cristiane, Formiga, Maycon e companhia, simplesmente mudaram seu discurso do dia anterior à semifinal em que foram derrotadas pelo placar mais amplo de sua história.
No dia seguinte sua capitã, Kristine Lilly, disse: " Vamos torcer para o Brasil. Já estamos torcendo para ver as meninas da América do Sul levantarem a taça". E foram elas, Lilly, a artilheira Wambach e o treinador Greg Ryan que acusavam as brasileiras de serem "violentas e desleais”, de “não jogarem futebol...”
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