14 setembro 2007

Por omissão também se erra!

Gerson Menezes



Mais grave que errar por excesso, principalmente no caso de um dirigente, é errar pela omissão do deixar de fazer. O medo de que o ex-prefeito Valderico Reis consiga retornar ao cargo pela via judicial está imobilizando o prefeito empossado Newton Lima, justamente no momento em que Ilhéus mais precisa da ação saneadora e reparadora dos seus governantes, com vistas à retomada dos caminhos da normalidade política e administrativa da cidade.

Tendo recebido o apoio da sociedade e do povo ilheense, Newton Lima, o atual prefeito, não pode e não deve se deixar apequenar diante dos desafios que, de antemão, sabia que iria enfrentar. O que todos esperam dele neste momento é justamente a demonstração de que está à altura desses desafios e pronto para liderar a retomada da normalidade democrática de Ilhéus. O conjunto de forças que o apoiaram não dá a ninguém em particular, ou a nenhum partido político, a primazia desta vitória que, sobretudo, é do povo, no seu conjunto.

Dizer que não indica e nomeia o seu secretariado para poupá-lo de possíveis perseguições, caso Valderico consiga retornar a prefeitura, parece mais uma prova de fraqueza. Newton parece esquecer que antes de tudo isso acontecer ele foi eleito também pelo voto do povo que elegeu Valderico, para sucedê-lo em caso de impedimento previsto em lei. E que o fato de hoje ter assumido a chefia do executivo, é tão somente uma conseqüência de há muito previsível e anunciada.

Se o fato que originou o afastamento de Valderico cabe ou não recurso, isso não diz respeito a Newton, o sucessor também legalmente eleito e agora empossado no cargo de prefeito. Mal assessorado, Newton pode deixar transparecer à população, que mesmo legalmente constituído, o seu governo não tem ou não se sente legitimado.

Afora os interesses meramente particulares, não creio que ninguém determinado a contribuir com a retomada da vida pública de Ilhéus, venha a se negar em contribuir neste momento.

Todos, juntamente com Newton, são responsáveis pelos destinos de Ilhéus. É preciso ao governante, antes de tudo, ter e tomar atitudes corajosas que se espera de um líder – isso é o que difere um líder dos seus liderados.

Vacilações, dubiedades e omissões são tudo o que Ilhéus não precisa neste momento da história. As decisões não podem ser postergadas.

Gerson Menezes é publicitário

Um comentário:

Anônimo disse...

Ao que voce chama de omissao eu chamo de CUIDADO,de ZELO,de ATENCAO e de CAUTELA para nao incorrer no mesmo erro do triste "des"governo que presenciamos,e evitar,assim,que se finde na mesmice do "troca-troca" de secretarios caracteristica do tal "des"governo