Debaixo do pano
Aqui na região, em que os efeitos da ditadura de 1964 se fizeram sentir, como em todo o Brasil, ainda temos dificuldades com o conviver democrático. Dos efeitos deletérios do golpe militar, talvez o mais nocivo seja a incapacitação de alguns setores para a convivência democrática. Somos hoje um país em que as ações de governo não são analisadas e contestadas - e isto, por paradoxal que pareça a tais setores, é muito saudável.
Agora mesmo, o reitor da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) tem suas despesas postas sob suspeita. E isto não ocorre por descoberta de algum sherlock grapiúna, mas pela própria iniciativa oficial. Ao criar um canal de informações sobre o destino das verbas públicas, o governo sabe que está pondo o pescoço na guilhotina. Mesmo assim, o faz, porque fazê-lo é exigência inadiável dos tempos do Estado Democrático de Direito em que vivemos.
Os "males" da democracia, que nos levaram à Uesc, são os mesmos que descobriram o escândalo dos cartões corporativos.
Se os governos (Federal e Estadual) conservassem, como se fazia até pouco tempo, a prática de manter seus atos debaixo do pano, tais notícias não chegariam, ou chegariam muito tardiamente, às ruas.
Lá como cá, no Planalto e na Uesc, é necessário que a operação "transparência" se complete. O governo já fez a parte dele, ao divulgar. Agora, é a vez da sociedade, que precisa exigir perdão para os inocentes e punição para os culpados.
2 comentários:
Martí surpreso.
Ô seu Pimenta, pode explicar o por que dessa notícia publicada na coluna Z do Diário do Sul de ontem não ter sido comentada por esse blogueiro?
O que será que o Marcel tem?
Vejam vcs.:
Estratégia que dá lucro
27/02/2008
Político envolvido em irregularidades administrativas é o alvo preferido de A Região.
Denúncias, com ou sem provas, são publicadas na coluna “Malha Fina”, até um representante do jornal ser chamado para uma conversa.
Se o representante sair do encontro “convencido”, as denúncias deixam de ser publicadas. A trégua é instantânea.
Caso contrário, o bicho pega. O político vira inimigo do jornal para o resto da vida.
A menos que reveja sua posição e se convença a “convencer”.
Só não vale deixar só sair aqui nos comentários.
Os professores estão achando que a pizza da UESC é igual a pizza do Congresso. Aí que pode está o erro maior, caros colegas, se Joaquim e os punidos não forem afastados a Universidade vai sucumbir em descrédito.
Apesar de vocês governarem a Universidade como a um dos 3 poderes, a instituição é mais complexa e precisa ser diferenciada. Abafamento de corrupção não é igual acolá!
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