Fantasmas andam de ônibus em Itabuna
O servidor público Edson Gomes, o Pule, colocou "fogo" na audiência pública realizada hoje pela Câmara de Vereadores para discutir o reajuste das passagens de ônibus em Itabuna. O aumento foi autorizado pelo prefeito Fernando Gomes no dia 1º de janeiro, mas na época a Câmara estava em recesso e só agora conseguiu incluir o tema na pauta.
Pule integrou uma comissão que avaliou o impacto da gratuidade nas planilhas de cálculo das empresas. Ele fez um trabalho criterioso, que identificou aberrações fantasmagóricas no sistema de transporte coletivo de Itabuna.
Segundo os dados obtidos pelo "caça-fantasmas" junto às próprias empresas, 1.555 policiais militares andam de ônibus de graça em Itabuna (o efetivo do 15º BPM no município conta com 425 soldados). E mais: as empresas dizem que 422 guardas municipais viajam sem pagar, mas a Prefeitura tem apenas 195 pessoas nessa função.
A investigação do servidor público observou a evolução da gratuidade de 2006 para 2007, quando o número de "caronas" nos ônibus teria saltado de 8.460 para 9.090. Em sua análise, Pule descobriu que, a cada mês, 70 novos deficientes físicos se cadastraram para utilizar o transporte gratuito. "Até parece uma epidemia", ironizou.
O pior é que esses números absolutamente suspeitos são utilizados para justificar uma passagem que está entre as mais caras da Bahia. Pelos cálculos feitos pela comissão que avaliou o impacto da gratuidade, o valor real da tarifa deveria ser de R$ 1,10 e não R$ 1,80.
Presente à audiência, o promotor público público Márcio Fahel recebeu um apelo do vereador César Brandão. O presidente em exercício da Câmara quer que o MP entre com ação pedindo a anulação do reajuste das passagens. "É preciso se fazer isso, para que haja a revisão das planilhas. O que não pode é o consumidor continuar sendo lesado", afirmou.
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