17 fevereiro 2008

WELCOME TO THE CONGO

Gustavo Atallah Haun

Depois de pesquisar sobre a história dos meios de comunicação para uma oficina que abordava os textos jornalísticos escritos pude conhecer e me aproximar mais desse mundo, o mundo controverso da informação.

Antes, eu era apenas um leitor, apesar de ser neto e sobrinho de jornalistas. O meu interesse e a minha paixão só foram desabrochar mais tarde, no fim da adolescência.

Durante o curso, aplicado em um pré-vestibular e também na UESC, os oficineiros me perguntavam quais os melhores jornais, revistas e sites informativos. E eu, diante de tantos questionamentos – notadamente sobre a imparcialidade utópica da mídia – falei das minhas preferências, como tentarei resumir nas poucas linhas adiante.

Hoje em dia seleciono mais as minhas leituras de revistas, não gasto tempo com o que chamo de “comunicação” ruim, distorcida e superficial, como a Veja. Ninguém em sã consciência pode levá-la a sério. Então, leio outras fontes, no total de quatro revistas mensais, essas de acordo com o que penso, acredito e julgo conveniente às minhas idéias.

A revista Caros Amigos, da editora Casa Amarela, está há dez anos nos brindando com ótimos textos críticos e excelentes entrevistas. É, sem sombra de dúvidas, a melhor revista opinativa do Brasil. Já a Revista Piauí, da Editora Alvinegra, vem há um ano e pouco resgatando a inteligência, o humor, a criatividade e, principalmente, as reportagens longas, que andam sumidas. Não perco um exemplar.

Como minha formação é na área de Letras, fico também com a excelente Língua Portuguesa, da Editora Segmento, trazendo pesquisas, comentários, curiosidades, além de textos leves e bacanas sobre o nosso idioma. Por fim, para o leitor incansável, termino com a digníssima EntreLivros, da Editora Duetto, uma maganize especializada em literatura, livros, lançamentos, etc., uma boa dica para quem quer se aprofundar nessa área.

Além das revistas, passo os olhos nos jornais locais, para não se tornar um extraterrestre, e no A Tarde, de Salvador. Como a Folha de São Paulo nos chega com o valor altíssimo de R$ 7,00, leio-o pela net, quando convém. E por aqui encerram as leituras de jornais, cada dia mais fracos, sem emoção e quase levados à falência em todo o país.

Diferente da pantomima e do controle que aconteceram nos EUA, os blogs e sites jornalísticos brasileiros são boas oportunidades de se manter informado. Um destaque especial para os blogs da nossa região cacaueira: atuais, imparciais e críticos. Fico com o Pimenta na Muqueca (sic) e o Rc2press.

Também gosto dos sítios nacionais, como o Vermelho.org, o Agência Carta Maior, o Conversa Afiada, editado pelo Paulo Henrique Amorim, o Blog do Mino (Carta), o do Juca Kfouri e o GD - Jornalismo Comunitário, coordenado pelo Gilberto Dimenstein.

Dessa forma tento estar por dentro do que ocorre na minha aldeia e na global. Creio que não é muito – existem ainda outros veículos que não citei e que fazem parte do meu percurso diário, ou semanal –, mas é a maneira que encontrei para contribuir com a minha melhora intelectual, ideológica e espiritual. Talvez um jeito de colaborar com a evolução do nosso Congo, como afirmou o dirigente esportivo estadunidense em relação ao Brasil, durante os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, em 2007.

Gustavo Atallah Haun é professor.
(Publicado no Diário do Sul, dia 15/02; e no Diário de Ilhéus, de 16 a 18/02)

3 comentários:

Anônimo disse...

Este rapaz escreve com espelho? só fala na 1ª pessoa

Anônimo disse...

É o boom dos blogs, as pessoas adoram quem escreve como se fosse para diário. É a inversão dos valores jornalísticos antes o textos eram para o público, agora é para si.

Anônimo disse...

Bom, quem sabe um dia os ignorantes que lêem blog e jornal escrito possam saber a diferença entre crônica e reportagem; entrevista e notícia; editorial e carta ao leitor... Sonhar não custa!
Gustavo A. Haun