Batido o martelo, Geraldo é o candidato do PT à prefeitura

Allah Góes*

Passado o carnaval, quando de fato o ano se inicia, as dúvidas “shakespearianas” do secretário Geraldo Simões sobre: “ser ou não ser candidato a Prefeito” parece que foram dissipadas ante o alto índice de rejeição da pré-candidatura de D. Juçara I (visto em pesquisas de consumo interno), bem como ante a imperiosa necessidade do PT reconquistar a cidade de Itabuna e se garantir na sucessão de 2010.

Além dos fatores acima descritos, a decisão do ainda secretário em adiar o seu afastamento baseia-se na tentativa de realizar um movimento que visa manter sob o seu “controle” a Seagri. Sim, ele deixará a Secretaria, mas não quer deixar de ter influência sobre ela.

Visando este movimento, Geraldo trabalha nos bastidores: primeiro, tentando manter a Secretaria, que é muitíssimo cobiçada pelos partidos aliados, sob a zona de influência do PT; segundo, para conseguir ungir como novo secretário um de seus assessores.

Como já dissemos em outros artigos, é muito difícil o PT manter a Seagri, pois já existe um “acordo” pela qual esta, em saindo Geraldo, passaria ao controle de um dos partidos aliados (possivelmente o PR), isto por conta da volatilidade hoje existente na base de sustentação petista na Assembléia, mas agora existe outro complicador às intenções do atual secretário, e ele reside no próprio PT.

É que, além do grupo do deputado federal Walter Pinheiro, que pleiteia a Secretaria, o PT do Oeste do Estado, mais precisamente o de Santa Maria da Vitória, possui um suplente de deputado estadual, o professor Valdeci Oliveira, que também é pré-candidato a prefeito daquela cidade e que, a exemplo do agora deputado Isaac Cunha, do PT de Jequié, visa assumir a “deputança” para fortalecer a sua candidatura, o que, segundo eles, seria excelente para os planos do PT em 2010.

E para tanto, reuniu-se esta semana com o governador do Estado, em caravana que contou com representantes de 32 cidades do Oeste e foi capitaneada pelo deputado Federal Zézeu Ribeiro, secretário Ruy Costa e o dirigente partidário Jonas Paulo (que aguarda decisão da Nacional do PT para saber se será o novo presidente da legenda na Bahia), pleiteando a assunção da deputada estadual Fátima Nunes ao posto de secretária de Agricultura da Bahia, o que abriria vaga para o professor Valdeci.

Como se observa, Geraldo terá que se movimentar muito nos bastidores (inclusive do próprio PT), com vistas a manter sob sua área de influência a Seagri, que, juntamente com a Secretaria de Educação, lhe servem de apoio à suas pretensões senatoriais.

Assim, tem-se como certa a saída do atual secretário da Seagri, pois inviável foi o projeto de lançar sua esposa como candidata à prefeita, tentando lhe transferir o seu “patrimônio eleitoral”, isto porque o PT de Itabuna, sob pena de ter que engolir o Capitão Fábio, precisa lançar um candidato com reais chances.

E os petistas de Itabuna não iriam se sentir à vontade em ter que seguir a orientação do governador sobre a “base aliada marchar unida nas eleições deste ano, e fazer campanha para aquele que estiver melhor nas pesquisas”, pois aí, sem Geraldo, teriam que se reunir com o “grupo de Badega”, e fazer campanha para Capitão Fábio, o que somente a candidatura do atual Secretário pode evitar.

Allah Góes é Advogado Municipalista, Consultor de Prefeituras de Câmaras, Especialista em Direito Eleitoral, Consultor Jurídico Nacional da ABRACAM – Associação Brasileira de Câmaras Municipais, Membro da Comissão do Advogado Iniciante da OAB-BA. E-Mail allah_goes@hotmail.com